O programa artístico da CONTEXTILE tem olhado regularmente para outras geografias criativas, procurando mapear o estado da arte têxtil contemporânea no mundo. Em 2024, no seguimento de uma parceria mantida, desde há oito anos, a CONTEXTILE convidou a BILP – Biennale Internationale du Lin de Portneuf a comissariar uma grande exposição de arte têxtil contemporânea atual do Canadá. 

A proposta da BILP demonstra, de forma eloquente, a propensão dos criadores daquele país em transgredir fronteiras artísticas para adotar práticas multidisciplinares que integram o saber-fazer ligado ao têxtil e as abordagens conceptuais associadas às práticas contemporâneas.

As escolhas da BILP dão destaque a suportes tradicionais como os bordados (usados por Anna Torma, Caroline Monnet e Barbara Todd), mas também tapeçaria (Line Dufour), tecelagem (Meghan Price e Hannah Claus) e Jacquard (Ruth Scheuing). Mas há igualmente espaço para a escultura, nas obras de Sarah Stevenson e Guillaume Brisson-Darveau, a instalação (Carole Simard Laflamme) e o vídeo (Graeme Patterson). 

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A exposição concebida pelos curadores da Biennale Internationale du Lin de Portneuf (BILP) tem como objetivo proporcionar ao público português uma visão representativa das tendências atuais da arte têxtil contemporânea canadiana. Para o efeito, os curadores selecionaram obras de artistas sediados em várias regiões do Canadá, incluindo vozes das Primeiras Nações e

e de outras comunidades que fazem parte do tecido do país, a par de criadores emergentes e artistas consagrados.

Mantendo-se fiel à abordagem adotada pela BILP no seu evento inaugural em 2005, os curadores pretendem que se desafiem e ultrapassem as fronteiras convencionais entre disciplinas e práticas. Esperam que a seleção de criadores que participam na CONTEXTILE 2024 constitua uma demonstração convincente da propensão dos artistas canadianos para transcender os limites entre artes visuais e

artes plásticas e artesanato, abraçar práticas multidisciplinares e integrar técnicas tradicionais nas abordagens conceptuais mais contemporâneas. 

Assim, o fio serve tanto como um meio para criar narrativas complexas como um elemento estrutural para objectos que, por vezes, apresentam por vezes desafios técnicos assinaláveis. As fibras podem ser tecidas, cosidas ou coladas para criar obras que podem assumir dimensões impressionantes. Os criadores encontrarão nos têxteis uma tela para exprimir as suas reflexões e preocupações, um material através do qual podem deixar a sua marca pessoal.

Adrien Landry
Dominique Roy
Donald Vézina